O Brasil e a opção
nuclear
A última guerra em que o Brasil esteve envolvido com seus
vizinhos foi a Guerra do Paraguai, em meados do século XIX, quando apoiado pela
Argentina e o Uruguai enfrentou e derrotou o ditador Francisco Solano Lopes. Não
temos, nem nunca tivemos, pretensões imperialistas. As nossas Forças Armadas têm
como missão constitucional a defesa da soberania do país e para isso é treinada.
Mas não devemos confundir atitude defensiva com passividade. Apesar das
dificuldades orçamentárias, tenta-se evitar a defasagem tecnólogica dos
armamentos atualmente utilizados em relação àqueles mais avançados, em uso nos
países desenvolvidos.
Nesse sentido a Marinha do Brasil deu um
grande passo ao fornecer a tecnologia para enriquecimento de urânio que a
Indústrias Nucleares do Brasil (INB) aplicará na fábrica que será inaugurada em
julho, em Resende(RJ). É o combustível do maior sonho de nossa Armada: o
submarino nuclear, um projeto que se iniciou em 1979 e já consumiu investimentos
de quase US$ 1 bilhão. Para concluí-lo serão necessários mais US$ 400 milhões,
para que por volta de 2015 tenhamos o protótipo do sistema de propulsão
funcionando, já que possuimos capacidade para a construção do casco, uma vez que
o Arsenal de Marinha construiu 3 submarinos da classe Tupi, com tecnologia
alemã. As pesquisas nessa área também trouxeram benefícios para a sociedade
civil, na medicina e na geração de energia. Somos signatários do Tratado de
Não-Proliferação de Armas Nucleares e nosso submarino não estará armado com
mísseis atômicos.
Somente usará
a propulsão de um reator nuclear, o que lhe permitirá passar longos períodos
submerso, sem necessidade de subir à superfície para reabastecer, uma grande
vantagem estratégica em um possível conflito. Evidentemente que o domínio do
processo de enriquecimento de urânio associado ao projeto do Veículo Lançador de
Satélites (VLS) , coordenado pela Aeronáutica, dá ao Brasil potencial
suficiente para criar um foguete de longo alcance com ogiva nuclear e os EUA e a
Europa acham que é isso que desejamos, boicotando de todas as formas possíveis o
andamento de ambas as pesquisas. Enganam-se terrivelmente. Jamais fizemos outro
uso dessa energia que não fosse para fins pacíficos. Não temos problemas de
convivência com nossos vizinhos e inclusive acertamos acordos com a Argentina
para o controle mútuo de sua utilização. O brasileiro não tem índole belicosa.
Já fizemos nossa opção há muito tempo e optamos pela paz.
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