INDÚSTRIA DE MATERIAL BÉLICO DO BRASIL – IMBEL.
DESCRIÇÃO
Este
artigo tem o objetivo de apresentar as armas leves de um dos grandes fabricantes
de armas do Brasil. A Industria de Material Bélico do Brasil, ou simplesmente
Imbel. Criada no inicio da década de 70, o seu produto inicial e mais popular
foi o famoso fuzil FAL, do qual a Imbel passou a montar no Brasil depois da
patente do projeto ter expirado. Uma coisa interessante sobre a Imbel é que
existe uma grande controvérsia sobre ela, pois muitos apreciadores de armas têm
criticas a ela, enquanto que outros especialistas têm um grande respeito pela
qualidade de seus produtos. Como atirador, eu tenho minha própria opinião sobre
o assunto, baseado na minha experiência com dois de seus produtos. A Imbel
demonstrou pontos muito positivos e outros pontos que poderiam melhorar. Como
ponto positivo, eu aponto a extrema robustez das armas que eles produzem.
Principalmente as pistolas, cuja qualidade é evidente. A precisão de suas armas
é muito boa também, evidenciando o padrão de qualidade dos processos de
fabricação das peças de seus produtos, principalmente o cano. Como ponto a
melhorar, eu aponto que o peso de suas armas, normalmente é maior que de suas
similares, particularmente as pistolas de calibre 380 ACP, de forma que
dependendo de quem usa, pode se sentir incomodado com o porte. Outro ponto, diz
respeito a empresa em si. A Imbel deveria investir mais em novos produtos ao
invés de apenas manter em sua linha de montagem armamentos cujo projeto são
relativamente antigos. Para se ter uma idéia do que eu estou falando é só
observar o caso das pistolas. Todas as pistolas são derivadas do modelo M-1911
(referencia ao ano de seu projeto), projetadas pelo genial John Moses
Browning.
A
partir de agora, vou apresentar as principais armas desta famosa empresa, cujo
reconhecimento internacional pode ser medido, pelo fato de ser fornecedora das
peças que compõe as pistolas M-1911 da conhecida marca norte americana
Springfield Armory. Porém, quero ressaltar que a Imbel não produz apenas armas
leves. O foco deste artigo, no entanto, é apresentar estas
armas.
FUZIL AUTOMATICO LEVE FAL.
Acima: O fuzil FAL, acima e o compacto
Para FAL, foram um marco na história da Imbel como fabricantes de armas para o
mercado militar. A Imbel mantém o FAL em produção sendo uma das ultimas empresas
do mundo a manter a linha de montagem deste antigo
modelo.
O
Exército Brasileiro é o principal cliente da Imbel graças a o fato do armamento
padrão da infantaria ser o velho e conhecido fuzil FAL, chamado de M-964
(referencia ao ano de 1964, quando foi adotado pelo Exército). O FAL é
totalmente construído pela Imbel e o cano, forjado a frio, é extremamente
resistente. A Imbel produz o FAL nas versões M-964 e M-964 A1 (versão pára-quedista com
cano mais curto e coronha rebatível). Embora seja um projeto antigo, ainda
permanece em produção. Para conhecer mais detalhes do FAL entre no artigo deste
blog que trata especificamente sobre ele no link: FAL. A Imbel produziu uma
versão do FAL no mesmo sistema de funcionamento, ou seja, aproveitamento de
gases com ferrolho basculante, porém com o calibre menor 5,56X45 mm, porém o
armamento foi considerado pesado e não tão preciso e por isso não teve uma
aceitação no mercado.
FICHA TÉCNICA ( IMBEL FAL –
M-964)
Fabricante: Imbel
Brasil
Tipo: Fuzil de
assalto
Sistema de operação: Aproveitamento de gases e
ferrolho
basculante.
Calibre: 7,62X51 mm (308
Winchester).
Peso: 4500
g.
Comprimento: 1,10
m
Comprimento do cano: 21 polegadas (533
mm)
Capacidade: 20
tiros.
Acabamento: Pintura negra feita a
fogo.
Velocidade do projétil na boca do
cano: 838
m/seg.
Cadencia de tiro: 700 tiros/
min.
Alcance de uso: 600
m.
MD-97. ENTRANDO NA ERA DO FERROLHO
ROTATIVO.
Acima: O fuzil MD-97LC representa uma
nova abordagem da tradicional fabricante brasileira no desenvolvimento de armas
de
assalto.
Visando substituir o FAL no mercado e principalmente
conseguir um contrato com o Exercito Brasileiro, a Imbel desenvolveu um novo
fuzil, chamado MD-97, em calibre 5,56X45 mm, seguindo uma tendência mundial no
uso deste pequeno calibre. Além do calibre a Imbel usou no projeto um novo
sistema de funcionamento que ainda não havia sido usado em nenhum de seus
produtos. O sistema de ferrolho rotativo com aproveitamento de gases foi um
desafio para o pessoal a engenharia da Imbel e também segue uma tendência nesse
tipo de armamento, graças a uma maior confiabilidade mecânica amplamente testada
em combate. Para conhecer mais do MD-97, entre no link do artigo feito sobre ele
neste Blog no link: MD-97.
Embora o armamento tenha apresentado boa precisão,
algumas falhas relacionada a quebra do percussor, forçaram a Imbel a modificar o
projeto e ainda, buscar o desenvolvimento de um novo fuzil, ainda não
apresentado, porém com alguns protótipos em testes na fabrica de
Itajubá.
FICHA TECNICA
MD-97LC
Fabricante: Imbel;
Brasil
Tipo: Fuzil de
assalto
Sistema de operação: Aproveitamento de gases e ferrolho
rotativo.
Calibre: 233 Remington (5,56 x 45
mm).
Peso: 3700 g
(descarregada).
Comprimento do cano: 435 mm (330 mm o modelo MD97
LC).
Capacidade: 30 tiros carregador STANAG (M16
/AR15).
Acabamento: Pintura negra em tinta epóxi curada em
estufa.
Velocidade do projétil na boca do
cano: 950
m/seg.
Cadencia de
tiro: 900 tiros/
min.
Alcance de
uso: 600 m (97 L/F) e 300 m (97LC e
LM).
AGLC. UM SNIPER
BRASILEIRO
Acima: A fuzil AGLC usa o clássico e
confiável sistema Mauser de funcionamento pra garantir sua precisão em tiros de
"comprometimento".
As forças armadas e de segurança do Brasil sempre foram
carentes de um armamento especializado pra tiros de precisão que fosse de origem
nacional, obrigando ao comando destas forças a arcarem com custo elevados na
aquisição e manutenção de armamentos importados. A Imbel percebendo esta lacuna
resolveu desenvolver um armamento especifico para esta tarefa. Surgiu ai o fuzil
AGLC cujo projeto teve inicio no ano 2000. O AGLC faz uso do sistema de operação
Mauer e calça o tradicional e potente calibre 7,62X51 mm, amplamente utilizado
na função de “sniping”, O cano forjado a frio é do tipo flutuante e permite uma
precisão de 1 MOA e alcance efetivo de 600 metros. O AGLC foi adotado pelo
exercito brasileiro e por muitas forças policiais do
Brasil.
FICHA TÉCNICA
AGLC
Calibre: 7,62X51
mm.
Operação: Ação
mauser.
Comprimento:
120cm.
Comprimento do cano: 609 mm (24
polegadas).
Capacidade: 5 tiros no carregador mais um
na
câmara.
Mira: telescópica.
Peso: 4,7Kg
(vazia).
Velocidade do projétil: 820 m/seg (boca do
cano).
Alcance
efetivo: 600
Mts.
PISTOLAS M-1911.
CONSOLIDANDO A BOA
FAMA.
Acima:
A fabrica de armas norte americana Springfield Armory usa
em sua linha de montagem das pistolas M-1911 peças fornecidas pela Imbel.
Reconhecimento internacional da qualidade da fabricante
brasileira.
A Imbel tem em suas
pistolas um fator de consolidação da qualidade de suas armas. O padrão usado em
todas as pistolas Imbel é o M-1911, em diversas configurações e calibres.
Inicialmente, a Imbel começou a fabricar no Brasil uma cópia da famosa pistola
Colt M-1911 A1, em 1968 e desde então, o processo de produção e modificações
foram sendo introduzidos ao modelo, que foi sendo otimizado para tarefas
distintas como a modalidade esportiva do tiro pratico, onde, especialmente
obteve sucesso entre os praticantes deste interessante esporte. Um modelo que
foi bastante comercializado foi a TP-45 com acabamento com ferrolho oxidado
(negro) e armação inoxidável (prateada) gerando um modelo, especialmente bonito.
O modelo 1911 foi fabricado nos calibres 380 ACP (MD-1 A1); 9 mm (M-973); 45 ACP
(M-911, TP e TP Plus). Os modelos mais recentes destas pistolas foram
construídos com a armação modificada e com carregadores bifilares de grande
capacidade. A nomenclatura "GC" (grande capacidade) é o indicativo dos modelos
com tais características.
FICHA TECNICA M-1911
Calibre: 45 ACP.
Capacidade: 7+1 tiros.
Comprimento do cano: 5 polegadas.
Comprimento total:
222 mm.
Sistema de operação: Ação simples.
Mira: Alça e massa
fixa.
Acima: O modelo MD-1N foi a primeira pistola nacional em calibre
380 ACP em sistema de ação simples. Trata-se de uma robusta e confiável pistola
de uso permitido no Brasil.
EXPERIÊNCIA DE TIRO
Minha experiência com Imbel é limitada as suas pistolas.
Pude usar o modelo M-911 em calibre 45, a MD-1 GC em calibre 380 e a MD-1N em
calibre 380 com carregador monofilar.
As conclusões que posso fazer da experiência com tais
modelos é que são armas pesadas (particularmente as de calibre 380 ACP), o que
justifica o maior controle de seu recuo, absorvido pelo peso geral do armamento;
São armas extremamente robustas, com visível durabilidade. Eu não gosto muito do
sistema de ação simples, o que não deprecia em nada sua qualidade apreciada por
muitos atiradores, de forma que essa minha opinião é meramente pessoal. As
travas incorporadas ao modelo incomodam um pouco para o porte e considero
importante um treinamento mais assíduo com esses modelos a fim de evitar
acidentes por uso inadequado. No geral, costumo recomendar os modelos de
pistolas Imbel para uso esportivo, especificamente, porém, quero salientar que,
as pessoas que gostam do modelo de ação simples e que aceitem a responsabilidade
de treinar mais vezes, terão na Imbel uma confiável companheira de
defesa.
Acima: Soldados do Grupo de Ações Táticas
Especiais (GATE) Policia Militar de Minas Gerais treinam ações táticas com seus
fuzis MD-97LC.
Olá me chamo Lynnier Passos e sou um Fuzileiro naval Brasileiro e gostaria de agradecer pelo brilhante e imparcial comentario. Entretanto, gostaria de sugeri-lo posteriormente, a apresentação do trabalho dos Comandos Anfíbios(ComAnf). Pois atuam em diversos cenários e são poucos reconhecidos. o seu blog muito bacana e inclusive, retive muitas informações essenciais para o meu aprimoramento profissional.
ResponderExcluirOs meus sinceros agradecimentos.